Cristóvão Buarque disse durante pronunciamento algumas verdades que estão aí. Coisas que já sabemos. Disse que os senadores e deputados abriram mão das atividades próprias do parlamento e se tornaram políticos 24 horas por dia (politiqueiros). Transformaram os parlamentos em balcões de negócios com a anuência do executivo.
Ainda no meio da reflexão sobre as palavras de Buarque, liguei a TV em um jornal de meio dia e vi Wellington Dias inaugurar uma estrada em São João do Piauí. Antes de rumar para o sertão, o governador piauiense estava sendo atacado por opositores por passar mais de 15 dias na europa. As criticas eram duras! PSDB e um restinho de Dem que existe na Assembléia batiam forte no que consideravam uma viagem de passeio. Mas a inauguração da rodovia me fez ver que Cristóvão Buarque estava certo também sobre o nosso parlamento. Ao lado de Wellington Dias estava Roncalli Paulo opositor do governador que fez questão de viajar mais de 500 quilômetros para parabenizar o governador, bater nas costas, sorrir para ele e aparecer ao lado do corte da fita. Ou seja, Roncalli fez questão de estar ao lado do homem que, segundo ele, está gastando dinheiro público de forma irresponsável na Europa. Perdeu a chance de dizer frente a frente aquilo que defendia nas modorrentas entrevistas de quinze minutos dos telejornais diários.
A oposição que se acovarda é a que sabe que só pode ser politiqueiro quem conta com o mínimo de apoio do executivo. Essa gente abriu mão de fazer o trabalho duro (criar leis, votar contra e criticar o que precisa ser criticado) em troca da chance de dividir a paternidade de ações populares e ganhar umas emendinhas para fazer média em seus currais.
A nossa Assembléia entrou na contagem de Cristóvão e o PT aqui, assim como lá, acabou com a oposição. Mesmo os opositores mais fervorosos, de vez em quando, para sair na foto, se aproximam daqueles que criticam. Um absurdo que deixa sem voz aqueles que não concordam com os que estão no poder e que reduz a democracia a uma jogo de interesses pessoais.
Roncalli ganhou espaço, Wellington menos um opositor e o estado menos uma voz. Porque, por mais que seja positiva a gestão de Wellington é sempre bom o contraponto. Mas não há quem consiga suportar a uma vida longe do poder. É a aproximação ou o risco de ficar sem o emprego de politiqueiro.
domingo, 13 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
O Interferência
Temos mais de um ano de Interferência, programa exibido todas as terças-feiras pela TV Antares. A apresentação é sempre necessária! Além de a Televisão ser esse objeto de atenções rotativas em que nenhum programa é assistido por todas as pessoas, estamos nos referindo a um programa exibido em TV pública. E esse é o motivo maior do meu orgulho.
No Piauí e no Brasil as Tvs públicas são sempre menos assistidas. Ser parado na rua por causa de um programa feito em uma Tv de menor audiência acaba tendo um valor maior. Se os funcionários de uma emissora qualquer comercial precisam trabalhar “x” para alcançar um resultado. Nós da TV pública precisamos de “5x”. Infelizmente o público do Brasil elegeu as emissoras públicas para serem a de menor audiência.
Acho que o Interferência conseguiu chegar em um bom lugar. Até porque em Tvs comerciais um programa assim talvez não tivesse espaço.
No Piauí e no Brasil as Tvs públicas são sempre menos assistidas. Ser parado na rua por causa de um programa feito em uma Tv de menor audiência acaba tendo um valor maior. Se os funcionários de uma emissora qualquer comercial precisam trabalhar “x” para alcançar um resultado. Nós da TV pública precisamos de “5x”. Infelizmente o público do Brasil elegeu as emissoras públicas para serem a de menor audiência.
Acho que o Interferência conseguiu chegar em um bom lugar. Até porque em Tvs comerciais um programa assim talvez não tivesse espaço.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Leio André Gonçalves
Em resposta a um texto escrito por Manoel Soares, fotografo, o publicitário André Gonçalves fez uma competente defesa do estado em e-mail enviado a amigos. Manoel tentou minimizar as piadas feitas com o estado do Piauí e o fez de forma imprópria, na minha opinião. Desdenhou das pessoas que foram a público criticar a humorista Dadá Coelho que deu entrevista a Jô Soares. André se contrapôs. Para o publicitário as piadas feitas com o Piauí se aproveitam de características que o estado não escolheu, ao contrário do que ocorre com piadas feitas com outras regiões do país. “É evidente que pode ser feliz quem faz piada da própria desgraça, mas não é o que acontece nesse caso: o piauiense não é pobre por opção, não é fodido porque deseja”, disse André Gonçalves. Se nossos índices não são os melhores, não é porque queremos viver essa condição.
Concordo com os argumentos de André e complemento: as pessoas que promovem a pobreza em nosso estado ganham prêmios, reconhecimento, ocupam cargo de primeiro escalão nos governos, circulam em colunas sociais, ganham dinheiro. Às vítimas dos saqueadores, sobram apenas as piadas como as de Dadá e de Agildo Ribeiro, além das misérias a que são condenadas.
Em texto anterior tratei de afastar de mim a síndrome de “patinho feio”. Aceito as piadas desde que tenham graça e sejam regadas pelo talento. Depois de André Gonçalves quero rever a idéia e passo a não aceitar piada nenhuma: acho que a piada transforma em anedota problemas que precisam ser tratados com seriedade, sob pena de serem vulgarizados.
Que bom que as idéias mudam! Por isso não uso tatuagem!
Concordo com os argumentos de André e complemento: as pessoas que promovem a pobreza em nosso estado ganham prêmios, reconhecimento, ocupam cargo de primeiro escalão nos governos, circulam em colunas sociais, ganham dinheiro. Às vítimas dos saqueadores, sobram apenas as piadas como as de Dadá e de Agildo Ribeiro, além das misérias a que são condenadas.
Em texto anterior tratei de afastar de mim a síndrome de “patinho feio”. Aceito as piadas desde que tenham graça e sejam regadas pelo talento. Depois de André Gonçalves quero rever a idéia e passo a não aceitar piada nenhuma: acho que a piada transforma em anedota problemas que precisam ser tratados com seriedade, sob pena de serem vulgarizados.
Que bom que as idéias mudam! Por isso não uso tatuagem!
domingo, 15 de novembro de 2009
Piada de Agildo
Ao contrário da turma que sofre dos traumas batizados pelo doutor em Comunicação Social Fenelon Rocha de “Síndrome do Patinho Feio”, eu não tenho problemas com as piadas feitas com o estado do Piauí. Acho algumas engraçadas. E não é porque eu pense que uma das formas de se conviver com problemas é fazendo piadas com eles. Acho que isso até atrapalha sua solução. Problemas precisam ser tratados como tal para que se deparem com uma solução, caso contrário vira folclore e daí para o deboche é um pequeno pulo.
Meus problemas com as piadas feitas com o Piauí estão nas mentiras contidas nelas. São tantas que eu conclui, há tempos, que os portugueses não são burros como dizem e que a opção dos gaúchos nunca foi pelas pessoas do mesmo sexo.
A última piada carregada de invencionices veio do comediante Agildo Ribeiro. No Domingão do Faustão, através de uma piada que ninguém entendeu, Agildo disse ter um amigo piauiense que quando deixava o estado colocava uma placa dizendo: “saí, mas volto logo!”. Segundo ele, a piada está no fato de que aqui tem pouca gente, no caso, só um habitante. Enfim, não entendi direito, mesmo tendo visto o programa e na torcida por Amaurí Jucá.
Repito, não tenho problema com as piadas. Mas temos 3 milhões de habitantes. Como assim placa? E que graça teria isso? Não me espanta a piada não ter graça e nem que as pessoas no auditório tenham ouvido silentes , afinal de contas, foi contada por Agildo Ribeiro que, mesmo no seu auge na época do Cabaré do Barata pela Rede Bandeirantes não tinha graça nenhuma. Um comediante que, atualmente, só tem um consolo a amizade com Faustão desde os tempos de perdidos na noite.
Vamos continuar sendo engraçados aos olhos do mundo e vamos espantar a Síndrome do Patinho Feio para longe de nós, mas vamos cobrar textos mais honestos dos nossos comediantes.
Meus problemas com as piadas feitas com o Piauí estão nas mentiras contidas nelas. São tantas que eu conclui, há tempos, que os portugueses não são burros como dizem e que a opção dos gaúchos nunca foi pelas pessoas do mesmo sexo.
A última piada carregada de invencionices veio do comediante Agildo Ribeiro. No Domingão do Faustão, através de uma piada que ninguém entendeu, Agildo disse ter um amigo piauiense que quando deixava o estado colocava uma placa dizendo: “saí, mas volto logo!”. Segundo ele, a piada está no fato de que aqui tem pouca gente, no caso, só um habitante. Enfim, não entendi direito, mesmo tendo visto o programa e na torcida por Amaurí Jucá.
Repito, não tenho problema com as piadas. Mas temos 3 milhões de habitantes. Como assim placa? E que graça teria isso? Não me espanta a piada não ter graça e nem que as pessoas no auditório tenham ouvido silentes , afinal de contas, foi contada por Agildo Ribeiro que, mesmo no seu auge na época do Cabaré do Barata pela Rede Bandeirantes não tinha graça nenhuma. Um comediante que, atualmente, só tem um consolo a amizade com Faustão desde os tempos de perdidos na noite.
Vamos continuar sendo engraçados aos olhos do mundo e vamos espantar a Síndrome do Patinho Feio para longe de nós, mas vamos cobrar textos mais honestos dos nossos comediantes.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Amigos do Rei!
Quando a corte chegou ao Brasil em 1808 trazendo consigo cerca de 15 mil apaniguados ficou evidente para todas as testemunhas da época, e para os historiadores que hoje tratam do assunto, que a esta colônia cabia o papel de prover dinheiro para bancar o luxo e o bem-estar dos que fossem ligados à corte. Gente que não produziu, que aqui nada deixou e tirou, tirou tudo o que podia. Nunca houve a intenção de utilizar-se a mão de obra de 15 mil pessoas para ajudar, com os conhecimentos europeizados, a se construir um local descente para os que aqui nasceram ou se decidiram transformar o novo mundo em lar. O que ficou foi apenas a lição de que, desde aquela época, o estado tem uma finalidade: servir aos que se apoderaram dele.
Os títulos de barões e viscondes não existem mais, porém ficaram os atores que se trajavam com esses títulos de valor nenhum. Dá para ver eles ainda hoje dando entrevistas nos programas de televisão piauiense. Sim! Piauiense! Pois se tem uma coisa que nós aprendemos na nossa herança portuguesa foi isso: que o estado não tem que atender a absolutamente ninguém além dos que estão no comando dele. É como disse Padilha: o sistema funcionando para resolver os problemas do sistema. A nós cabe apenas a resignação de abrir mão das nossas liberdades individuais para o estado opere na saúde, educação, segurança, iluminação pública etc. Mas nada, além da perda da nossa liberdade individual, existe de fato.
Nós, imprensa piauiense, não adotamos esse caráter libertário. Damos voz aos viscondes e barões. Eles ocupam os espaços das emissoras onde nós trabalhamos para dizerem o que querem e o que querem hoje é falar única e exclusivamente de sucessão. Não querem falar das coisas que deveriam nos dar por abrirmos mão de nossa liberdade individual. Querem apenas garantir que estarão na lista de amigos da corte, não importa quem a componha. E para isso, nos usam!
Você que está em casa não tem como se defender! Os mais incautos chegam a jurar que “marchar com quem no ano que vem”, “ariticulação para lançar o seu nome”, “diálogo com a base”, “fortalecimento da base aliada” é assunto importante e que vai muito além de uma manipulação para manutenção de poder. E o deputado que entende tudo de politicagem de acordo e diálogo não tem idéia do que está sendo votado na câmara onde tem uma vaga.
Engana-se quem pensa que a imprensa se vende. Mas decepciona-se quem descobre que ela nem chega a se vender para falar desse assunto. Alguns repórteres acham que é “cult” tratar do assunto política, mesmo que seja nesses termos. Outros querem participar da discussão porque também imaginam quem assim podem, quem sabe, também ser amigos do rei depois da próxima eleição.
Assim é que é: o sistema cuidando de si mesmo.
Os títulos de barões e viscondes não existem mais, porém ficaram os atores que se trajavam com esses títulos de valor nenhum. Dá para ver eles ainda hoje dando entrevistas nos programas de televisão piauiense. Sim! Piauiense! Pois se tem uma coisa que nós aprendemos na nossa herança portuguesa foi isso: que o estado não tem que atender a absolutamente ninguém além dos que estão no comando dele. É como disse Padilha: o sistema funcionando para resolver os problemas do sistema. A nós cabe apenas a resignação de abrir mão das nossas liberdades individuais para o estado opere na saúde, educação, segurança, iluminação pública etc. Mas nada, além da perda da nossa liberdade individual, existe de fato.
Nós, imprensa piauiense, não adotamos esse caráter libertário. Damos voz aos viscondes e barões. Eles ocupam os espaços das emissoras onde nós trabalhamos para dizerem o que querem e o que querem hoje é falar única e exclusivamente de sucessão. Não querem falar das coisas que deveriam nos dar por abrirmos mão de nossa liberdade individual. Querem apenas garantir que estarão na lista de amigos da corte, não importa quem a componha. E para isso, nos usam!
Você que está em casa não tem como se defender! Os mais incautos chegam a jurar que “marchar com quem no ano que vem”, “ariticulação para lançar o seu nome”, “diálogo com a base”, “fortalecimento da base aliada” é assunto importante e que vai muito além de uma manipulação para manutenção de poder. E o deputado que entende tudo de politicagem de acordo e diálogo não tem idéia do que está sendo votado na câmara onde tem uma vaga.
Engana-se quem pensa que a imprensa se vende. Mas decepciona-se quem descobre que ela nem chega a se vender para falar desse assunto. Alguns repórteres acham que é “cult” tratar do assunto política, mesmo que seja nesses termos. Outros querem participar da discussão porque também imaginam quem assim podem, quem sabe, também ser amigos do rei depois da próxima eleição.
Assim é que é: o sistema cuidando de si mesmo.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Terror e alívio!
As coisas são, em essência, finitas. Nessa condição a Terra também terá o seu final. É muito provável que um dia tudo o que aqui habita, o solo, a água e o que mais houver deixe de existir, dando lugar a um vazio espacial que tanto causa incomodo na maioria de nós.
Mesmo com tantos indícios destrutivos provocados pela incompreensão humana com a necessidade urgente de preservação ambiental, é difícil datar esse final. Pela lógica ou pelos caminhos da parda razão humana é impossível se apontar um dia, mês e hora do apocalípse.
As previsões escatológicas se catapultaram no ano 90 depois de Cristo quando João profetizou o fim do mundo. Inspirado pela perseguição religiosa promovida pelos romanos (praticada inclusive por Saulo de Tarso, que depois viria a se tornar o apóstolo Paulo) e pelo derramamento de sangue nas ruas de cidades romanas no ano 70 depois de Cristo, João previu chuva de estrelas, enfrentamento de Deus e Satã e o julgamento de todos. Mas nunca disse que dia seria o famigerado final.
Depois daí uma enxurrada de previsões e, se estamos aqui ainda, erros! Matemáticos apontavam dias do fim da Terra baseados em alinhamentos planetários. Outros acreditavam em forças sobrenaturais e até extraterrenas para apontar uma data e reunir fanáticos em pontos especícos do globo onde aconteceria um mágico arrebatamento.
A data mais nova acaba de sair do forno: 21 de dezembro de 2012. Motivo: o calendário da civilização Maia só marca até esta data. De todas as explicações talvez uma das mais frágeis! Se nem dispondo de toda a tecnologia recente o homem foi capaz de apontar um final para o Planeta, imaginem com a tecnologia Maia, com mais de 500 anos de defasagem!
O fim do mundo em 2012 nos traria uma gama de frustrações, especialmente aos brasileiros que não veriam por aqui a tão sonhada copa de 2014, tampouco as Olimpíadas de 2016. Mas por enquanto, a única sensação certa trazida pelas constantes tentativas de previsões escatológicas são as aflições das datas apontadas para o fim e o alívio coletivo trazido pela constatação de serem, mais uma vez, a repetição de erros de especuladores vazios.
Mesmo com tantos indícios destrutivos provocados pela incompreensão humana com a necessidade urgente de preservação ambiental, é difícil datar esse final. Pela lógica ou pelos caminhos da parda razão humana é impossível se apontar um dia, mês e hora do apocalípse.
As previsões escatológicas se catapultaram no ano 90 depois de Cristo quando João profetizou o fim do mundo. Inspirado pela perseguição religiosa promovida pelos romanos (praticada inclusive por Saulo de Tarso, que depois viria a se tornar o apóstolo Paulo) e pelo derramamento de sangue nas ruas de cidades romanas no ano 70 depois de Cristo, João previu chuva de estrelas, enfrentamento de Deus e Satã e o julgamento de todos. Mas nunca disse que dia seria o famigerado final.
Depois daí uma enxurrada de previsões e, se estamos aqui ainda, erros! Matemáticos apontavam dias do fim da Terra baseados em alinhamentos planetários. Outros acreditavam em forças sobrenaturais e até extraterrenas para apontar uma data e reunir fanáticos em pontos especícos do globo onde aconteceria um mágico arrebatamento.
A data mais nova acaba de sair do forno: 21 de dezembro de 2012. Motivo: o calendário da civilização Maia só marca até esta data. De todas as explicações talvez uma das mais frágeis! Se nem dispondo de toda a tecnologia recente o homem foi capaz de apontar um final para o Planeta, imaginem com a tecnologia Maia, com mais de 500 anos de defasagem!
O fim do mundo em 2012 nos traria uma gama de frustrações, especialmente aos brasileiros que não veriam por aqui a tão sonhada copa de 2014, tampouco as Olimpíadas de 2016. Mas por enquanto, a única sensação certa trazida pelas constantes tentativas de previsões escatológicas são as aflições das datas apontadas para o fim e o alívio coletivo trazido pela constatação de serem, mais uma vez, a repetição de erros de especuladores vazios.
domingo, 8 de novembro de 2009
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