segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Teresina é show

Durante um mês e meio percorri as ruas fazendo matérias fora do convencional. Nada de texto pronto, nada de narrações cobertas por imagens tudo partia do improviso e da química com a equipe de reportagem: Joelson, Pablo Silva e Gustavo Cavalcante. O resultado foi interessante. Fizemos matéria para o projeto Teresina é Show que culminou com um belo e contagiante programa de auditório que foi ao ar nesta segunda-feira.
Interessante o desafio. Depois de tudo fiquei pensando como é bom se sentir testado e desafiado. Como é eficiente poder competir não com os outros, mas com você mesmo. Superar um ou outro tabu; uma ou outra fórmula aplicada; perceber na prática que a comunicação não é ciência exata e que nela cabe uma boa dose de experimentação.
Abraços a turma da TV Cidade Verde. A emissora é fortíssima e faz com que qualquer ação e qualquer gesto se tornem gigantesco. O projeto Teresina é show foi belíssimo e fiquei orgulhoso de participar. Indira e Nadja me deram grande chance e espero nunca desapontar.

sábado, 14 de agosto de 2010

Silvio, Wilson e o pobre repórter

Algumas coisas que acontecem na sua carreira são garimpadas. Outras lhe chegam de presente. Na semana passada, uma dessas coisas me chegou de presente. Foi a cobertura da histórica transmissão ao vivo através do site cidadeverde.com do debate entre Sílvio Mendes e Wilson Martins. Certo de que vivia um momento importante do jornalismo no Piauí, me preparei para a cobertura.
Entre as atividades previstas no trabalho estava uma entrada ao vivo no programa do Amadeu Campos (grande apresentador e um amigo que tenho descoberto).
Para quem não é repórter vale um parágrafo em separado aqui. “Ao vivo” muitas vezes é sinônimo de tremor das pernas, branco no raciocínio e derrocada para muita gente. Eu diria que sou o cenário perfeito para o esses “microfracassos”: pouca experiência e facilmente intimidado por pessoas de maior personalidade. Principalmente se você leva em conta como foi a minha entrada ao vivo. Eu estava em pé posicionado de terno e gravata entre duas personalidades fortíssimas: Silvio Mendes e Wilson Martins. Aquele repórter de pouca bagagem era talvez tão frágil quanto uma barragem de areia frente ao tsunami; e rede de tênis entre Guga e Magnus Norman; ou o piloto retardatário que, desavisado, impede a disputa de Prost e Senna.
Eles têm de política mais do que eu de vida. Creio que a amizade entre eles também seja longa. Essa amizade, que pelo me consta já dura quarenta anos, parece em alguns momentos ser ameaçada pela troca de farpas aparentemente duríssima. Mas enquanto estive entre eles dois me preparando para a entrada ao vivo, testemunhei como se dá essa troca de farpas enquanto as câmeras estão desligadas. De fato, eles batem duro um no outro. Muito provavelmente eles se provoquem como Nilton Santos provocaria Pelé no clássico Santos e Botafogo dos anos 1960. Pude perceber, porém, que quando o jogo terminar e alguém se consagrar vencedor, o derrotado reconhecerá a vitória do outro. O vencedor saberá levantar o adversário temporariamente caído e os dois se renderão ao abraço que certamente tempera essa amizade de quarenta anos.
Senti naquele dia a possibilidade de, por acidente, participar um pouco da intimidade desses dois adversários preparadíssimos. Pude sentir também que, mesmo com as provocações, havia entre eles o mesmo respeito que Nilton Santos sentia por Pelé, onde cada cutucada era cercada por risadas sincera e um desejo no fundo do peito de que essa partida termine logo para que a amizade continue e o respeito volte com os dois para casa.
Não quero com isso dizer que o que se vê pela imprensa é uma farsa entre os dois. Ao contrário. Tesmunho que a disputa entre eles é acirrada. Sinto que eles têm consciência que as circunstâncias os colocam em posições contrárias; que eles tem responsabilidades com os projetos que eles representam e que defederão esses projetos com o fervor e a responsabilidade que sempre demonstraram em suas profissões e vida pública. Mas que no fundo se admiram e se respeitam.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O primeiro dia de Mano

Muita expectativa com a “Era Mano”. Os rostos novos e a sede de mudanças me fazem lembrar a triste e mal sucedida fase de Falcão. O que nos alenta é a genialidade de alguns jogadores dessa nova geração, mas a desconfiança é inevitável.
Aquele comecinho de partida gerou incômodo. Faltava ousadia, passes longos. Donovan quase marcou, mas com 15 minutos de jogo já se via um time mais solto. Mas Pato Neymar e Robinho pareciam sentir a pressão de ser um time irrepreensível.
O time dos Estados Unidos é muito mais bem ajustado. Donovan era o grande nome do jogo antes do início da partida. As limitações técnicas dos americanos do norte, porém, se mostraram um entrave para o time de Bredley.
Aos 29 minutos os jogadores brasileiros driblaram a desconfiança. Neymar, numa inversão proposta por Mano recebeu o cruzamento para abrir o placar para o Brasil. Depois desse gol, o Brasil dominou completamente a partida.
O gol do Pato foi bem anulado. Mas logo depois o passe de Ramirez salvou o Brasil e a honra de Pato. Howard no chão como há muito não víamos jogadores brasileiros fazer. Aliás, o fato de Pato jogar bem já é suficiente para assinalar a boa estréia de Mano. Depois de ir para a Itália ele nunca mais tinha feito boa partida pelo Brasil. A sua substituição por contusão não apagou a satisfatória atuação.
No segundo tempo o Brasil continuou jogando melhor. Perdeu muitos gols e o jogo foi ganhando contornos de jogo treino. Os EUA abriu mão da marcação e do jogo, Mano fez várias alterações meramente experimentais. Ganso e Robinho ainda meteram bolas na trave. Carlos Eduardo, que entrou no segundo tempo perdeu um gol na cara do goleiro americano em um chute fraco.
Daniel Alves foi um capítulo diferente. Foi mal e impreciso em meio a uma seleção que tinha boa qualidade de passe. Estava inseguro apesar da experiência. Em jogo de Pato e Ganso ele era peixe fora da água. Outra decepção, esta pessoal, foi vivida por Ederson. Em menos de um minuto, se machucou.
A vitória por 2 a 0 foi mais do que merecida.

Azurra no vermelho

A Itália perdeu para a Costa do Marfim. Grande resultado para o time marfinense. Triste é a fase vivida pela seleção italiana que padece com uma das maiores inter-safras de jogadores que eu já testemunhei.
Apostar em talentos do exterior tem efeitos colaterais. O desestímulo de pratas da casa é o maior deles. É isso que faz da Itália um time envelhecido e de poucos gênios. Lembrem-se do time da Internazionale que entrou em campo para decidir a Liga dos Campeões: nenhum jogador italiano!
A Itália vai bem, mas a Azurra vai muito mal.